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Comer, Ouvir, Falar

Reabilitação da Comunicação e da Deglutição

Autor

terapeutajoanasantos

Afasia

A afasia é uma perturbação da linguagem que afeta a capacidade de comunicar, sem afetar a inteligência do indivíduo. Esta pode comprometer a capacidade de falar e de compreender os outros, mas também de ler e escrever.

afasia

Do ponto de vista funcional, a afasia é uma perturbação da comunicação que mascara as competências do indivíduo. Em muitos casos, o indivíduo não é capaz de expressar as suas ideias, opiniões, necessidades e sentimentos, apesar de saber o que afasia2pretende.

Na maioria dos casos, a afasia é causada por uma lesão do hemisfério cerebral esquerdo, na sequência de um Acidente Vascular Cerebral. No entanto, existem outras causas possíveis, como cancro, doenças neurológicas progressivas e traumatismo cranioencefálico.

O Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela reabilitação da pessoa com afasia, tendo como principal objetivo a otimização da comunicação entre o indivíduo e os seus interlocutores e, consequentemente, a melhoria da sua qualidade de vida, através da estimulação das competências linguísticas e da orientação do utente e família para uma comunicação eficaz.

Existem diferentes tipos de afasia, consoante o quadro de alterações linguísticas apresentado. No primeiro contacto, o Terapeuta da Fala avalia as competências linguísticas do indivíduo, estabelece o diagnóstico e planeia a sua intervenção, de forma a colmatar os défices comunicativos. Algumas das competências avaliadas são a compreensão auditiva e escrita, a capacidade de nomear e repetir palavras e o discurso espontâneo do indivíduo. No caso do AVC, a intervenção deve ser iniciada o mais cedo possível, uma vez que a maior parte da recuperação neurológica ocorre nos primeiros três meses de evolução.

Joana Santos • Terapeuta da Fala


Bibliografia de base:

Papathanasiou, I., Coppens, P., & Potagas, C. (2013). Aphasia and Related Neurogenic Communication Disorders, ix–493.

Teasell, R., & Hussein, N. M. M. M. (2014). Brain Reorganization, Recovery and Organized Care. Stroke Rehabilitation Clinician Handbook 2014, 1–41.

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

O AVC é causado por uma interrupção no fornecimento de sangue ao cérebro, geralmente devido à rutura (AVC hemorrágico) ou obstrução (AVC isquémico) de um vaso sanguíneo. Esta “quebra” impede o fornecimento de oxigénio e nutrientes, danificando o tecido cerebral. É uma situação de emergência médica e todos os doentes devem ser observados num hospital.avc

O sintoma mais comum do AVC é fraqueza súbita ou dormência da face, braço ou perna, mais frequentemente num lado do corpo. Outros sintomas podem incluir confusão, dificuldade em falar ou entender os outros, dificuldades de visão com um ou os dois olhos, dificuldade em andar, tonturas, perda de equilíbrio ou coordenação motora, forte dor de cabeça sem causa aparente, desmaio ou perda de consciência.

As consequências do AVC dependem da parte do cérebro danificada e da gravidade da lesão e  podem ser leves a graves e permanentes ou temporárias. Estabelecem-se de forma aguda e permanecem por mais de 24 horas, podendo conduzir à morte.

O AVC é, em Portugal, a primeira causa de mortalidade e morbilidade e é responsável por cerca de 25 000 internamentos anualmente, estimando-se que a sua incidência continue a aumentar devido ao aumento da esperança média de vida e, consequentemente, ao crescimento da população idosa.

A presença de danos neurológicos pode originar défices ao nível das funções motoras, sensoriais, emocionais, cognitivas e linguísticas.

Os défices motores são caracterizados por paralisias completas (hemiplegia) ou parciais/incompletas (hemiparésia) no hemicorpo oposto ao local da lesão que ocorreu no cérebro.Imagem3

O AVC pode dificultar também a alimentação do doente, devido a consequências neuromotoras que comprometem o mecanismo da deglutição e a paralisia facial.

Os défices neurológicos (diminuição dos reflexos protetores, disfagia, diminuição do nível de consciência) e/ou procedimentos de diagnóstico (ventilação mecânica, cateterismo, entre outros) causam muitas vezes complicações infeciosas, que podem prolongar o tempo de internamento.

Os doentes com défices persistentes necessitam de diagnóstico, cuidados urgentes e cuidados de reabilitação.

A reabilitação deve iniciar-se precocemente após o AVC e a sua intensidade e duração devem ser estabelecidas para cada doente. O prognóstico funcional (recuperação das funções alteradas pela lesão cerebral) depende do tipo, extensão, localização e gravidade da lesão, e é necessário ter em consideração que a recuperação é afetada não apenas pelas limitações, mas também pela motivação do doente.

O Terapeuta da Fala tem um papel determinante na reabilitação das competências comunicativas e na deglutição do indivíduo, identificando os principais défices e as capacidades e estabelecendo um plano de intervenção personalizado que tem como objetivo central a melhoria da qualidade de vida do utente. Algumas das perturbações comunicativas mais comuns após o  AVC são a afasia, a disartria e a apraxia, podendo existir concomitância de perturbações. Quanto à alimentação, a disfagia representa também umas das consequências mais preocupantes do AVC, afetando a proteção da via aérea durante a deglutição e, consequentemente, diminuindo o aporte nutricional e de hidratação do indivíduo.

Joana Santos • Terapeuta da Fala


Bibliografia de base:

Direção Geral de Saúde (2003). Circular Normativa Nº 09/DGCG: a dor como 5º sinal vital. Ministério da Saúde/ Direção Geral da Saúde.

European Stroke Organization (2008). Recomendações para o Tratamento do AVC. The European Stroke Organization (ESO) Executive Committee and the ESO Writing Committee.

World Health Organization. (2003) The World health report: Shaping the future.

Menoita, E. (2012). Reabilitar a Pessoa Idosa com AVC. Contributos para um Envelhecer Resiliente. Loures: Lusociência.

Terapia da Fala

A Terapia da Fala é uma área da saúde relativamente recente. Surgiu há cerca de 70 anos, por união dos profissionais que tratavam soldados vindos da 2ª Guerra Mundial com lesões maioritariamente na cabeça. O interesse pela comunicação, naquela altura, era especialmente por parte dos neurologistas, cirurgiões dos ouvidos, nariz e garganta e alguns professores.

Atualmente, o Terapeuta da Fala é o profissional de saúde responsável pela prevenção, avaliação, intervenção e estudo científico das perturbações da comunicação humana, contemplando todas as funções associadas à compreensão e expressão da linguagem oral e escrita, mas também outras formas de comunicação não verbal.

O Terapeuta da Fala é responsável também pelas perturbações da deglutiçãoesophagus_lymph2passagem de alimento desde a boca até ao esófago, assegurando a proteção da via aérea -, incidindo de forma direta e/ou indireta sobre as estruturas e processos fisiológicos envolvidos nesta função.

O Terapeuta da Fala avalia e intervém em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a idosos, e tem por objetivo otimizar as competências comunicativas e/ou o processo de deglutição do indivíduo, melhorando, assim, a sua qualidade de vida.

Joana Santos • Terapeuta da Fala


Bibliografia de base:

American Speech-Language-Hearing Association (2007). Scope of Practice in Speech-Language Pathology [Scope of Practice]. Disponível em www.asha.org/policy.

Enderby, P. e Emerson, J. (1996). Speech and language therapy: does it work? BMJ; 312: 1655-58

Comer, Ouvir, Falar

Comunicação, do latim “communicare“, significa “partilhar, participar algo, tornar comum”.

Comunicar representa muito mais do que conversar. Todos os dias partilhamos ideias, emoções, interesses e necessidades. Comer, Ouvir, Falar são algumas das mais importantes funções de sobrevivência do ser humano e permitem e promovem a comunicação.

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Desenvolvido pela terapeuta da fala Joana Santos, o blog Comer, Ouvir, Falar pretende divulgar algumas das principais patologias neurológicas que afetam o sistema estomatognático e a comunicação humana, assim como a importância da intervenção do terapeuta da fala na reabilitação das mesmas funções.

O terapeuta da fala é responsável pela avaliação, diagnóstico e tratamento das perturbações da fala e da linguagem, mas também das perturbações da deglutição (capacidade de engolir os alimentos).

Neste blog serão esclarecidas as diversas áreas de intervenção do terapeuta da fala, com especial ênfase nas perturbações adquiridas na idade adulta, decorrentes de acidente vascular cerebral, doença neurodegenerativa, traumatismo cranioencefálico, cancro, entre outros.

Joana Santos • Terapeuta da Fala

Contactos e Marcações

Consultas:

E-mail: joana.mlgs@gmail.com

http://www.facebook.com/terapeutajoanasantos/

Percurso Académico e Profissional

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Joana Santos

Terapeuta da Fala no Serviço de Otorrinolaringologia do CHUC, EPE

Formadora em Gerosad Unipessoal, Lda

Cédula Profissional C-049182170

https://orcid.org/0000-0002-7935-7111


INÍCIO | CEV

2023 – Curso de Especialização em Voz, Centro de Estudos da Voz, São Paulo (BR)

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2018 – 2019 – Mestrado em Terapia da Fala, Ramo de Perturbações Neurológicas no Adulto, Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA)

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2017 – 2018 – Especialização em Gerontologia, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP) e Universidade de Aveiro

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2016 –  2017 – Pós-graduação em Perturbações da Deglutição, Universitat Autònoma de Barcelona, Espanha

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2016 – Formação Contínua em Disfagia, Tp Susana Mestre (PT), Instituto EPAP Portugal

2015 – Pós-graduação em Motricidade Orofacial, Instituto EPAP Portugal

2015 – Formação Contínua em Princípios Terapêuticos em Disfagia: Técnicas, Exercícios e Manobras, Prof. Doutora Ana Maria Furkim (BRA), Instituto EPAP Portugal

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2011/2015 – Licenciatura em Terapia da Fala – Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro


Estágios clínicos:

Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais (16-05-2015) – (17-07-2015)

  • Avaliação, diagnóstico e tratamento de perturbações da linguagem, de perturbações motoras da fala e de perturbações da deglutição.

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Instituto Português de Oncologia de Lisboa, F.G., E.P.E. (16-02-2015) – (08-05-2015)

  • Avaliação, diagnóstico e tratamento de doentes oncológicos, de perturbações vocais e de perturbações motoras da fala.
  • Ensino da voz esofágica e da voz traqueoesofágica.

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Centro Hospitalar Leiria-Pombal, E.P.E. – Hospital de Santo André (05-05-2014) – (17-07-2014)

  • Avaliação, diagnóstico e tratamento de perturbações da linguagem, de perturbações motoras da fala e de perturbações da deglutição.

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Clínica de Terapia da Fala e Apoios Complementares Fátima Andrade (13-05-2013) – (12-07-2013)

  • Avaliação, diagnóstico e tratamento de perturbações da comunicação e da linguagem, de perturbações da leitura e escrita e de perturbações da fala.

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